Encontro-me com uma esmagadora maioria de rapazes e homens bem intencionados e bastante revoltados na sua maioria a precisarem de uma ida ao barbeiro e de um duche, sendo eu a única rapariga presente. O ambiente estava tenso, mal cheguei já estava alguém aos gritos e a protestar por ali estar desde as 11 da manhã que era essa a hora que ele achava que a reunião devia ter começado.
Começam a chegar mais uns tantos na maioria com cara de poucos amigos, sinto a tensão a aumentar. Reparo nalgumas conversas cruzadas. Tento explicar a um rapaz assumidamente de um partido de esquerda que a ideia de que é preciso encarar de frente que cada vez há menos necessidade de mão de obra pois a tecnologia tem vindo a substituir a mão de obra, portanto não se trata de arranjar trabalho para as pessoas mas de garantir que têm direito ao que vem estipulado na carta dos direitos humanos, casa, comida, educação e saúde grátis e a resposta que tive foi evasiva, como se nem sequer me tivesse escutado. Depois passámos à reunião em si. Formámos uma roda, a reunião começou mal, um dos membros acusa outro membro de fazer parte do PNR entre outras coisas, a zanga foi amenizada.
Falou-se sobre o que se passa em Valência e em Espanha, da extraordinária movimentação e manifestação de pessoas quase diária e da forma como aqui somos todos uns morcões, sobre a nova lei de arrendamentos que facilita despejos e permite a subida das rendas.
Mais ou menos quando estávamos a falar das rendas, chegou outra rapariga luminosa e agradável, cheia de energia e acostumada a estas andanças que começou a pôr ordem na tasca.
Pronto a partir daí começou tudo a correr melhor, decidiu-se apoiar incondicionalmente a Escola da Fontinha, talvez propôr futuras reuniões lá.
Por MAR VELEZ
Este texto foi por nós solicitado á autora e apenas reflete a sua opinião pessoal.
Por MAR VELEZ
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